domingo, 29 de março de 2009

A REDENÇÃO

A treva esconde a face delicada
Do Salvador exangue sobre a Cruz,
Porque fugia do sol a própria luz
E a natureza treme horrorizada.

Nem um conforto! Só a desvelada
Mãe comprimida ao lenho de Jesus
Sente pungir-lhe n’alma desolada
A dor cruel que a pena não traduz.

Silêncio, trevas, mágoa, confusão!
Eis terminada a lúgubre Paixão
Consumou-se a tragédia deicida.

Abriu-se o eco, oh! justos, exultai!
Flori boninas! Aves gorjeai
Saudando a humanidade redimida!

Francisca Clotilde, O Lyrio, Recife-PE.

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