domingo, 29 de março de 2009

NINHO DESFEITO

Inda há pouco cantava docemente,
Num transporte de cândidos amores,
O casal de avezinhas inocentes,
A tecer o seu ninho entre as flores.

Embebidas num sonho transparente,
Elas iam saudando os esplendores
Do sol que, despontando sorridente,
Resplendia da serra nos verdores.

Mas ah! Um caçador desapiedado
Perturbou os idílios de noivado
Roubando ao par gentil a felicidade,

Hoje o ninho balouça-se deserto
_ Monumento gentil que lembra incerto
Um mistério de amor e saudade!

Francisca Clotilde. Almanach de Ceará, 1905.

Nenhum comentário: