Há um encanto secreto, um mistério insondável
No seio da floresta, e o seu recesso esconde
Tanta coisa ideal, sobre a rendada fronde,
Na beleza sem par, selvática, admirável!
A ave que desata a voz límpida, inefável
A voejar pelo azul exprime de onde em onde
Um idílio de amor que a brisa responde
E o aroma a se espargir , num eflúvio adorável.
Nos esponsais da flor, oh! Que ternura existe!
Que pode compreender a força que persiste,
A vibrar no mistério, a palpitar no arcano?
Quem pode do porvir traçar o itinerário,
Investigar quem ousa o pensamento vário
E o supremo mistério – o coração humano?
F. Clotilde, A Estrella, Jul. de 1915.
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